Maria da Vila Matilde...
- Por Luciana Silva
- 30 de set. de 2015
- 3 min de leitura

Uma coisa fascinante: gente que usa sua arte ou sua visibilidade na mídia para alcançar a vida de outras pessoas.
Poderíamos citar aqui vários nomes que tem a nobreza de agir desta forma, mas hoje, falaremos da cantora Elza da Conceição Soares... a incrível Elza Soares. Cantora e compositora brasileira que transita, com impecável competência, por vários ritmos.
Além de todas as contribuições incríveis que dá a música brasileira, em agosto de 2015, lançou um novo single: "Maria da Vila Matilde”, e que está no seu próximo disco – A Mulher do Fim do Mundo , previsto para outubro.
A letra fala sobre um assunto que não vemos tantas pessoas públicas, como gostaríamos, tendo a coragem de abordar - a violência contra a mulher.
Socos, tapas, pontapés, queimaduras, ameaça de morte e muitos outros são os relatos diários que chegam através do disque denúncia180 e, segundo as Nações Unidas, 70% das mulheres experimentaram alguma forma de violência ao longo de sua vida. A violência, seja ela de que forma for, deixa marcas e para a mulher, cabe o corajoso papel de superar o medo, a vergonha, a sensação de culpa, a impotência, as marcas e denunciar seu agressor.
A violência contra a mulher trilha um caminho de horror e de caráter bárbaro. É mais uma mancha de desumanidade na história da humanidade.
Na letra viceral da música de Elza Soares, sentimos repetidas vezes, o impacto da frase: "Você vai se arrepender de levantar a mão para mim”.
O autor da música é Germano Douglas que, por muitas vezes, viu sua mãe sendo violentamente agredida: “Sou filho de uma Maria. Eu vi essa Maria, minha mãe, apanhar em casa. Era garoto e podia fazer muito pouco além de sentir medo do meu pai e dó da minha mãe.” Ele compôs a música para Elza Soares por ela ser uma das poucas pessoas públicas que falavam sobre o assunto já na década de 70.
Todas as falas e interferências positivas a respeito da violência contra a mulher é muitíssimo bem vinda! Toda nossa admiração a Elza Soares por dar voz a uma causa tão cotidiana e importante como essa, ainda mais... a sua voz!
Veja o vídeo da " Maria da Vila Matilde"
Maria da Vila Matilde Elza Soares Cadê meu celular? Eu vou ligar prum oito zero Vou entregar teu nome E explicar meu endereço
Aqui você não entra mais Eu digo que não te conheço
E jogo água fervendo Se você se aventurar
Eu corro solto o cachorro E, apontando pra você Eu grito: péguix guix guix guix Eu quero ver Você pular, você correr Na frente dos vizinhos
Cê vai se arrepender de levantar A mão pra mim
Cadê meu celular? Eu vou ligar prum oito zero Vou entregar teu nome E explicar meu endereço Aqui você não entra mais Eu digo que não te conheço E jogo água fervendo Se você se aventurar
Eu corro solto o cachorro E, apontando pra você Eu grito: péguix guix guix guix Eu quero ver Você pular, você correr Na frente dos vizinhos
Cê vai se arrepender de levantar A mão pra mim
E quando o samango chegar Eu mostro o roxo no meu braço Entrego teu baralho Teu bloco de pule Teu dado chumbado Ponho água no bule Passo e ofereço um cafezim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cadê meu celular? Eu vou ligar prum oito zero Vou entregar teu nome E explicar meu endereço Aqui você não entra mais Eu digo que não te conheço E jogo água fervendo Se você se aventurar
Eu corro solto o cachorro E, apontando pra você Eu grito: péguix guix guix guix Eu quero ver Você pular, você correr Na frente dos vizinhos
Cê vai se arrepender de levantar A mão pra mim
E quando tua mãe ligar Eu capricho no esculacho Digo que é mimado Que é cheio de dengo Mal acostumado Tem nada no quengo Deita, vira e dorme rapidim Você vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Mão, cheia de dedo Dedo, cheio de unha suja
E pra cima de mim? Pra cima de muá? Jamé, mané!
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim



















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